Fuga em Mossoró: Um tiro na nova campanha do Governo Lula

Opinião de Dinarte Assunção

Foto: Agência Brasil/EBC

A recente fuga de dois detentos do Presídio Federal de Segurança Máxima em Mossoró, Rio Grande do Norte, representa um revés significativo para as políticas e a nova campanha institucional de segurança pública do governo federal. Este incidente, marcando a primeira fuga de uma penitenciária de segurança máxima no país, não só questiona a eficácia das estratégias de contenção de criminosos de alta periculosidade, mas também coloca em cheque a comunicação do governo de estar intensificando a luta contra a criminalidade.

Os fugitivos, identificados como integrantes do Comando Vermelho e participantes de uma rebelião em um presídio no Acre em 2023, evidenciam as complexas dinâmicas do crime organizado no Brasil e os desafios enfrentados pelo sistema prisional em conter essas redes. A fuga levanta sérias questões sobre a segurança e as operações dessas instalações de máxima segurança.

Para o Ministério da Justiça, recentemente assumido pelo Ministro Ricardo Lewandowski, este evento surge como um desafio imediato. Em um momento em que a nova gestão busca afirmar sua posição e estratégia contra o crime organizado, essa fuga pode ser vista como um golpe na imagem de competência e eficácia, não apenas do Ministério, mas do governo federal como um todo.

“Fuga não só questiona a eficácia das estratégias de contenção de criminosos de alta periculosidade, mas também coloca em cheque a comunicação do governo”

No cenário mais amplo da segurança pública sob a administração do presidente Lula, esses desenvolvimentos exacerbam as dificuldades já existentes. Segundo estatísticas do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil enfrenta desafios persistentes na área, com altas taxas de criminalidade e violência que desafiam soluções rápidas ou simples. A fuga em Mossoró ilustra a complexidade desses desafios, destacando as lacunas na infraestrutura de segurança e na gestão prisional que podem ser exploradas por organizações criminosas bem estruturadas.

A resposta do governo a essa fuga será crucial não apenas para a recaptura dos fugitivos, mas também como um indicador de sua capacidade de gerenciar e melhorar a segurança pública. Para restaurar a confiança na estratégia de segurança, serão necessárias medidas imediatas para fortalecer as instalações prisionais, assim como abordagens mais abrangentes para combater as raízes do crime organizado.

A longo prazo, o sucesso na melhoria da segurança pública exigirá um esforço coordenado entre várias agências e níveis de governo, juntamente com investimentos em justiça social e prevenção ao crime. Enquanto o Brasil continua a lutar contra o crime organizado e a violência, o incidente em Mossoró serve como um lembrete das vulnerabilidades existentes e da necessidade urgente de ações efetivas.

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