Revista Veja coloca Caiado como o primeiro opositor forte a Lula para 2026

Em seu segundo mandato como governador, Caiado já se movimenta para o que pode ser seu próximo destino: o Palácio do Planalto

Foto Reprodução

Já faz algum tempo que correm nos bastidores informações quanto à ambição política de Ronaldo Caiado para 2026. Porém, do final de 2023 para cá, o desenho de uma possível candidatura do governador de Goiás ao Palácio do Planalto ganhou contornos ainda mais firmes, fazendo-o despontar como o primeiro – e, até agora, mais forte – oponente de Lula nas próxima eleição presidencial.

Em sua última edição, a revista Veja, de circulação nacional, dedicou impressionantes 10 páginas para destrinchar os movimentos recentes de Caiado em direção a Brasília. De acordo com a publicação, o governador é o primeiro entre os gestores estaduais (que possivelmente podem se lançar na corrida presidencial) a dar ‘start’ nas articulações, sendo, inclusive, o mais popular deles.

A reportagem destaca, por exemplo, a taxa de popularidade de Caiado. De acordo com o instituto Paraná Pesquisas, a aprovação do goiano é de impressionantes 81%, o melhor índice de avaliação entre os governadores do País. A alta popularidade estaria, inclusive, impulsionando Caiado em seus movimentos, uma vez que outros governadores que também podem ser candidatos, como Tarcísio de Freitas, de São Paulo; Romeu Zema, de Minas Gerais; e Ratinho Júnior, do Paraná, ainda estariam receosos de manifestarem suas pretensões políticas e, assim, “queimar a largada”.

Caiado, é claro, já estaria visualizando os principais desafios à frente de sua possível candidatura. Um deles é justamente a necessidade de “nacionalizar” sua popularidade e os louros obtidos no território goiano em seu governo. Ora, é sabido amplamente que a principais bandeiras do governador são e serão justamente a segurança pública e o social, em razão da grande queda dos índices de criminalidade e de desigualdade em Goiás. A Veja destaca, por exemplo, o fato de Goiás ter sido o segundo Estado que mais reduziu o índice de pobreza em 2022, segundo o IBGE (ficamos atrás somente do Mato Grosso do Sul).

Já na segurança, tivemos quedas que beiraram 90% em crimes como roubo de veículos em 2023. Homicídio tentado teve queda de 20%; estupro, de 10,5% e roubo a comércio queda de 81,8%.

O desafio é exatamente colocar esses números na vitrine à vista de todo o País. E, nisso, o governador parece ter começado bem. Do final do ano passado até agora, a quantidade de aparições de Caiado na imprensa nacional teve uma alta vertiginosa. O governador tem aparecido praticamente toda semana nas páginas mais lidas do Brasil falando, principalmente, sobre segurança pública, economia e vez ou outra sobre o cenário político. Sua presença nos debates em níveis mais altos – para alguém que já tinha um bom trânsito na política nacional, devido às suas passagens pela Câmara e Senado – contribui, sem nenhuma dúvida, para alavancar sua imagem e suas posições nas conversas cotidianas do brasileiro.

A Veja destaca ainda o fato de Caiado ter sido eleito presidente do Consórcio Brasil Central, grupo que inclui os governadores do Maranhão, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Tocantins. Sem contar, também, com a pretensão do governador goiano de investir na expansão das articulações corpo a corpo, com a abertura de escritórios em São Paulo e Brasília programada para os próximos dois meses.

O outro principal desafio, ainda conforme enfatizado pela revista Veja, é justamente o partido do governador, o União Brasil, sigla a qual ele preside em Goiás. A publicação diz que “ao mesmo tempo em que abriga antipetistas declarados, [a legenda] tem três ministros do governo Lula”. Um deles, Celso Sabino, do Turismo, chegou a dizer que o UB poderia, sim, caminhar com Lula em 2026. A Veja também menciona Davi Alcolumbre, membro do Senado Federal e “aliado de Lula”, que “conta com apoio do governo para ser reconduzido à presidência do Senado em 2025”.

Esse é outro ponto que também parece estar no radar do governador para uma alteração de cenário. Isso, porque Caiado seria um dos principais articuladores para uma troca no comando do UB nacional – hoje ocupado pelo deputado Luciano Bivar.

Uma convenção nacional marcada para o final de fevereiro, segundo a Veja, pode marcar a substituição de Bivar (que tem caminhado relativamente próximo ao governo Lula) na presidência do partido. Seu possível sucessor, conforme bastidores, seria o advogado Antônio Rueda. No entanto, além de ser aliado de Bivar, a eleição dele para o cargo é negada por goianos como o Delegado Waldir.

É certo que o partido, à uma altura tão precoce, ainda não deve ter uma posição firmada sobre 2026. No entanto, será impossível para os caciques da legenda ignorar a proporção que, ainda em 2024, a provável candidatura de Ronaldo Caiado tem tomado.

Resta esperar que o tempo e as articulações respondam e deem forma ao cenário. Porém, a depender da movimentação do governador de Goiás desde agora visando o Planalto, é quase uma certeza de vermos, em 2026, Caiado e Lula indo para o embate, com chances reais de termos, pela primeira vez, um goiano na Presidência da República.

Jornal Opção

Últimas notícias