Patrícia Lelis é procurada pelo FBI por aplicar golpes de R$ 3,4 milhões nos EUA

A brasileira ganhou destaque na mídia quando acusou o pastor Marco Feliciano de estupro e ao denunciar Eduardo Bolsonaro por tê-la ameaçado

Foto: g1

A Justiça americana divulgou, nesta segunda-feira, 15, estar à procura da brasileira Patrícia Lelis, acusada de se passar falsamente por advogada de imigração e aplicar golpes no montante de US$ 700 mil – o equivalente a mais de R$ 3,4 milhões. A divulgação da investigação foi procedida por um pedido para que quem saiba o paradeiro da brasileira que entre em contato com o FBI.

Segundo a acusação, Patrícia, que era moradora de Arlington, no Texas, se passava por uma advogada de imigração capaz de ajudar clientes estrangeiros a obter vistos E-2 e EB-5 para os Estados Unidos. O programa EB-5 costuma ser chamado de programa de visto para investidores, porque proporciona residência permanente legal e possível cidadania, se um cidadão estrangeiro investir fundos substanciais – normalmente, um mínimo de 1 milhão de dólares – em grandes empresas que gerem emprego nos EUA.

De acordo com a acusação, em 22 de setembro de 2021, Patrícia Lelis enviou um contrato a uma vítima que buscava ajuda na obtenção de vistos EB-5 para seus pais. A vítima fez dois pagamentos iniciais, totalizando mais de US$ 135.000, com base na declaração de Lelis de que o dinheiro estava indo para um projeto de desenvolvimento imobiliário no Texas que se qualificava para o programa de vistos para investidores.

Porém, em vez disso, o dinheiro da vítima teria ido para a conta bancária pessoal de Lelis. Ainda segundo a acusação, em vez de investir o dinheiro conforme prometido, Patrícia Lelis supostamente o usou para pagar a entrada de sua casa em Arlington, reformas de banheiros e outras despesas pessoais, como dívidas de cartão de crédito.

A denúncia diz ainda que a brasileira forneceu à vítima um número de processo falso que a mostrava como advogada do litígio. Mas, segundo a Justiça americana, Patrícia Lelis não é uma advogada licenciada.

Ela também é acusada de ter falsificado formulários de imigração dos EUA, forjado múltiplas assinaturas e criado recibos falsos do projeto de investimento do Texas, todos os quais ela enviou por e-mail para uma vítima. Lelis também supostamente criou falsas personas associadas ao fundo de investimento do Texas e enviou e-mails desses indivíduos para tentar obter ainda mais dinheiro.

A acusação alega que ela convenceu amigos a se passarem por funcionários do fundo de investimento do Texas em ligações e videochamadas com uma vítima. Quando uma delas finalmente se recusou a enviar-lhe mais dinheiro, Patrícia teria ameaçado os pais da vítima com a remoção dos Estados Unidos e depois os encaminhou para uma agência de cobrança.

A brasileira é acusada de fraude eletrônica, transações monetárias ilegais e roubo de identidade agravado.

Patrícia Lelis pode ser condenada a 20 anos de prisão por envolvimento em fraude eletrônica;
Mais 10 anos por por transações monetárias ilegais;
E um mínimo obrigatório de dois anos adicionais de prisão se for condenada por roubo de identidade agravado.

O tribunal frisa, no entanto, que as sentenças reais para crimes federais são normalmente inferiores às penas máximas.

Brasileira se manifesta
Apesar de procurada, Patrícia Lelis se manifestou em seu perfil no X (antigo Twitter). Ela escreveu: “Olá twitter e várias pessoas que não conheço mas acreditam que eu devo explicaçoes de algo. Sim, o FBI no USA está me ‘procurando’. Mas já sabem exatamente onde estou como exilada política. Foram meses de perseguições e falsas acusações. Meu suposto crime: Não aceitei que me fizessem de bode espiatorio (sic) contra aqueles que considero como meus irmãos por cultural e principalmente por lado político e sim, ‘roubei’ todas as provas que pude para mostrar o meu lado da história e garantir minha segurança. E esses documentos já foram entregues ao governo que me garantiu asilo político.”

“E agora publicamente e de forma Segura posso dizer: FUCK USA. E até que fim estou fora desse país de merda. Se quiser podem me matar, mas eu JAMAIS iria contra o meu proprio povo, ainda mais para dar informações ao USA”, continua. A brasileira finaliza dizendo que vai curtir uma praia “bem tranquila”.

Patrícia ganhou espaço na mídia em 2016, quando acusou o pastor Marco Feliciano de estupro. Ela, que se apresentava como jornalista, também se envolveu em polêmica quando disse que estava sendo ameaçada pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Terra

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