Nos últimos episódios de uma visita de Estado que começou na sexta-feira (8), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, encontrou seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Pequim. A agenda desta quarta-feira (13) serviu para o anúncio da promoção da relação entre os dois países para uma “Parceria Estratégica sob Todas as Condições”.
Desta forma, a Venezuela torna-se o terceiro país, depois do Paquistão e da Bielorrússia, a estabelecer esse nível de relacionamento com o gigante asiático. As parcerias estratégicas são uma das principais características da política externa da China e referem-se à amplitude e ao nível de compromisso que os Estados assumem mutuamente.
Seguindo os critérios de relações diplomáticas da China, no mais alto nível está a Coreia do Norte, com a qual a China tem um acordo de defesa conjunto. Em seguida vem o nível de parceria estratégica sob quaisquer condições, que é o nível em que a Venezuela se encontra agora. Depois, há a Rússia, com quem a China tem uma “Parceria de Coordenação Estratégica abrangente para uma Nova Era”.
Num terceiro nível de relações está o Brasil, que este ano também elevou a sua relação com a China a uma “Associação de Coordenação Estratégica Global”. Alguns países africanos, como Marrocos, ou os da Associação das Nações do Sudeste Asiático, como o Brunei, também estão neste nível.
No total, Venezuela e China assinaram 31 acordos, convenções e memorandos de entendimento. Maduro descreveu os acordos do subcomitê de energia e mineração (um dos sete subcomitês) como a espinha dorsal da cooperação entre os países. Mas os acordos abrangem setores variados, desde a agricultura à cooperação aeroespacial.
Nesta viagem, o governo venezuelano procurou fortalecer iniciativas de cooperação tecnológica para promover a diversificação da sua economia, aproveitando a recente criação de quatro zonas econômicas especiais.
Um dos acordos nesse sentido foi o estabelecimento de um plano de desenvolvimento conjunto entre a cidade de Shenzhen e a Zona Econômica Especial de La Guaira para receber investimentos, tecnologia e a instalação de empresas chinesas.
Delcy Rodríguez, vice-presidenta da Venezuela e ministra da Fazenda, foi nomeada para coordenar os passos necessários para fazer o pedido de entrada formal da Venezuela no Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido como Banco do Brics.
A presidenta do NDB, Dilma Rousseff encontrou Maduro e destacou que a Venezuela é bem-vinda na instituição financeira, que é “feita por países em desenvolvimento e para países em desenvolvimento”.
O presidente venezuelano, por sua vez, destacou que Caracas aspira ser capaz de estabelecer uma relação virtuosa com o NBD e, mais cedo ou mais tarde, fazer parte do que chamou de “grande família” dos Brics.
Brasil de Fato