A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro criticou nesta sexta-feira (18) a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de autorizar a quebra do sigilo bancário e fiscal dela. A medida faz parte da investigação sobre o suposto esquema de venda de joias presenteadas ao ex-chefe do Executivo em viagens oficiais.
“Pra que quebrar meu sigilo bancário e fiscal? Bastava me pedir. Quem não deve não teme”, disse nas redes sociais.
Nessa quinta-feira (17), o ministro acatou o pedido da Polícia Federal e também determinou a quebra do sigilo bancário e fiscal do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Michelle afirmou que a ação é uma “perseguição política” que tem como objetivo manchar o nome da família Bolsonaro. “Fica cada vez mais claro que essa perseguição política, cheia de malabarismo e inflamada pela mídia, tem como objetivo manchar o nome da minha família e tentar me fazer desistir.”
Nos últimos dias, investigações sobre supostas vendas ilegais de joias presenteadas por autoridades estrangeiras puseram Bolsonaro e Michelle na mira da PF. Moraes autorizou também ao Ministério da Justiça e Segurança Pública que peça ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos ajuda do FBI no caso.
Apesar de o ex-chefe do Executivo e Michelle não terem sido alvo da última operação sobre as joias, o relatório de investigação mostra que pode haver relação direta deles com o caso. O uso de avião público para transportar bens a serem vendidos nos Estados Unidos e as mensagens que organizam a entrega “em mãos” de US$ 25 mil ao ex-presidente estão entre os indícios encontrados.
O ministro Alexandre de Moraes vê “determinação” de Bolsonaro para o esquema. A defesa do ex-presidente afirmou que ele “jamais se apropriou ou desviou quaisquer bens públicos”. Em nota, a defesa diz também que Bolsonaro entregou joias “voluntariamente e sem que houvesse sido instado” ao Tribunal de Contas da União (TCU), episódio que ocorreu em março deste ano. Entre os itens de luxo devolvidos estão abotoaduras, um anel, um relógio, uma caneta e uma masbaha, objeto religioso.
Uma operação realizada na última sexta-feira (11) teve como alvo o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid, além do tenente do Exército Osmar Crivelatti e do ex-advogado da família Bolsonaro Frederick Wassef.
Também nesta quinta, o ex-chefe do Executivo foi implicado diretamente pelo hacker Walter Delgatti Neto por um suposto esquema de tentativa de invasão das urnas eletrônicas, e Cezar Bittencourt, advogado do tenente-coronel Mauro Cid, afirmou que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro deve confessar que vendeu as joias recebidas pelo ex-chefe em agendas oficiais, transferiu o dinheiro para o Brasil e entregou os valores em espécie ao ex-presidente.
R7