Sala escura, gritos e falta de comida: os “castigos” de escola em SP

“Castigos” em escola particular infantil na zona sul incluíam permanência “por horas” em local escuro; polícia pediu a prisão dos dois donos

Foto Reprodução

As denúncias contra a escola particular infantil de São Paulo acusada de praticar maus-tratos contra crianças incluem “castigos” em salas escuras, gritos, humilhações e até falta de comida, segundo investigações preliminares da Polícia Civil. O delegado Fábio Daré, do 6º DP da capital, pediu a prisão temporária dos dois donos do estabelecimento.

O caso chegou à Polícia Civil depois que uma ex-funcionária, indignada com a situação, filmou alguns maus-tratos e depois procurou os pais das crianças, que então foram à delegacia. A escola fica no Cambuci, zona sul de São Paulo.

Em um dos vídeos mais chocantes, um menino aparece amarrado a uma pilastra com a própria blusa.

Segundo o delegado Daré, as denúncias indicam que a permanência em uma sala escura era um dos “castigos”. “A criança era obrigada a passar horas dentro desse local escuro”, afirma.

Gritos, xingamentos e humilhações também eram constantes, de acordo com a polícia. “Crianças muito pequenas eram advertidas aos gritos, na frente de todos”, diz Daré. A falta de comida também parecia ser um problema frequente. “Algumas mães contaram que os filhos chegavam com muita fome em casa, mas elas nunca desconfiaram de nada.”

Além de solicitar a prisão temporária, a polícia também pediu à Justiça um mandado de busca e apreensão. Até o momento, nenhum representante da escola foi à delegacia.Em nota, a Secretaria de Estado da Educação informou que “é contra qualquer tipo de violência, seja dentro ou fora das escolas”. Segundo o órgão, a diretoria de ensino Centro-Sul abriu uma averiguação sobre todos os relatos apontados e encaminhou o processo de sindicância para a Seduc-SP, onde as partes serão ouvidas e todos os documentos serão analisados. “Após conclusão, as medidas cabíveis serão tomadas.”

O Metrópoles tentou entrar em contato com a escola por telefone fixo, celular e mensagem, mas ninguém respondeu. O perfil da instituição no Instagram está fora do ar. O espaço segue aberto para manifestações.

Metrópoles

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