Perto de visita a Goiás, Lula reforça diálogo com Caiado e destaca importância do estado

Lula concedeu a entrevista a um conjunto de rádios goianas. Ele cumpre agenda no estado nesta sexta

Foto: Ricardo Stuckert

Próximo de voltar a Goiás, em visita a Rio Verde nesta sexta-feira, 16, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedeu hoje entrevista a várias rádios goianas. Dentre os assuntos abordados, o Chefe de Governo reforçou diálogo com o governador Ronaldo Caiado (UB) e destacou a importância do estado, “sobretudo na agricultura”.

“Quando um presidente da República mantém uma relação com o Governo do Estado é uma relação entre entes federados. É uma relação institucional. Eu não tenho nenhuma preocupação porque o Caiado é de um partido político adversário do meu”, afirmou.

“O que importa para mim é que o Caiado foi eleito governador do estado de Goiás. O que importa para mim é que ele foi eleito pelo povo. Eu vou tratá-lo com o respeito que eu tratarei qualquer outro governador e o estado de Goiás receberá os recursos de acordo com os projetos apresentados pelo Governo de Goiás”, completou.

Lula concedeu a entrevista a um conjunto de rádios goianas: Sucesso, Interativa, Morada do Sol e Líder FM. As duas primeiras são da capital, enquanto as últimas estão sediadas em Rio Verde. Além disso, ao mencionar sua frequente presença em Goiás, Lula ressaltou sua intenção de tratar o governador Caiado como se fosse um amigo próximo.

“Eu vou muitas vezes a Goiás e já fui muitas vezes a Goiás e vou tratar o governador Caiado como se fosse a pessoa mais próxima de mim possível porque o que me interessa é o respeito pelo voto que ele recebeu e vou tratá-lo com muita dignidade”, disse.

“Goiás é um estado muito importante no trânsito dos produtos deste país, sobretudo para agricultura e nós vamos fazer de tudo para ajudá-lo, pode ter certeza”, acrescentou, destacando o papel do estado no Brasil.

Sarney

Durante a entrevista, Lula compartilhou seus planos de convidar o ex-presidente José Sarney (MDB) para acompanhá-lo na cerimônia de inauguração da Ferrovia Norte-Sul. “Pretendo levar o presidente Sarney porque foi ele que em 1987 começou essa ferrovia lá no Maranhão. Demorou 30 anos para ser feita e ela está pronta e estarei muito feliz amanhã”, revelou.

Quando questionado sobre o motivo pelo qual a obra demorou quase 40 anos para ser concluída, Lula tentou explicar que a maior parte dela foi construída durante as gestões petistas, mas citou “empecilhos” relacionados a licitação e licenciamento como culpados pelo atraso.

“Ela demorou porque tem muitos empecilhos para fazer uma ferrovia dessa magnitude, com a questão do licenciamento e das licitações. Quero dizer que no meu governo e na Dilma fizemos 90% dessa ferrovia. 5% foram feitas pelo presidente Sarney e Fernando Henrique Cardoso e o presidente Temer e outros 5% pela empresa que hoje é concessionária”, afirmou.

“Eu penso que ao invés de reclamar porque demorou tanto, eu trabalhei muito e já fui muitas vezes a ferrovia para fazer trechos e inaugurar trechos e estou feliz de estar de volta a presidência da República e exatamente no meu mandato a gente vai inaugurar a ferrovia Norte-Sul que começou em 1987”, argumentou.

Agronegócio

Lula também abordou sua relação com o agronegócio, um dos setores de maior importância para a economia do Brasil, apesar de haver uma expressiva insatisfação com sua gestão nesse setor. Em sua visita à cidade de Rio Verde, conhecida por abrigar diversos produtores rurais, Lula enfrentará o contexto em que muitos desses agricultores demonstraram apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante as eleições de outubro.

“Com relação ao agronegócio, eu não trabalho tentando agradar um setor ou outro setor porque senão você fica maluco. Eu trabalho para criar condições melhores para o trabalho de 215 milhões de brasileiros, dentre eles o agronegócio”, argumentou.

Lula ressaltou que sempre ofereceu boas condições para o desenvolvimento do setor e apontou que o problema que os agricultores têm com ele não diz respeito à economia ou ao crédito.

“Se você conhecer uma pessoa do agronegócio, alguém muito reacionário, que é contra o Lula e o PT, em Rio Verde pergunte a ela se teve algum momento na vida dela, pergunte a ele e peça números, se houve algum momento que o agronegócio recebeu tantos recursos como no governo do PT. Pergunte a eles quanto pagavam a máquina dessas colheitadeiras toda automatizada no Governo do PT. Eles pagavam 2% de juros ao ano. Hoje eles pagam quase 14% de juros ao ano”, comentou.

“Eu tenho noção do que nós fizemos e noção do que o problema deles conosco é ideológico, não é um problema de dinheiro a mais no Plano Safra. Vamos fazer um bom plano Safra porque queremos que a agricultura brasileira continue produzindo, plantando cada vez mais para continuar exportando cada vez mais. Não quero saber se o produtor rural gosta de mim ou não, o que tá em jogo é a gente recuperar a capacidade produtiva e aumentá-la, sem desmatamento e sem queimada na Amazonia”, completou.

Jornal Opção/Júnior Kamenach

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