“Queremos exploração de riquezas, mas dentro da legalidade”, diz Gilmar Mendes

O ministro Gilmar Mendes, do STF, discursou nesta terça-feira (16/5) no seminário "Caminhos do Ouro", promovido pelo Correio para debater o combate ao garimpo ilegal

Foto: Marcelo Ferreira

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou nesta terça-feira (16/5) que é necessário haver a exploração de riquezas, como o ouro, mas isso deve ser feito “dentro dos marcos legais”. Ele também comentou a decisão da Corte de suspender o chamado princípio da boa-fé no comércio do ouro, que era usado na venda e exploração ilegal do minério.

O ministro discursou na abertura do Correio Debate: os caminhos do ouro, promovido pelo Correio Braziliense, com apoio da Casa da Moeda do Brasil. O evento trata sobre as formas de combater a exploração ilegal do metal e o fortalecimento do comércio regular do ouro, reúne autoridades, integrantes do governo e especialistas no tema, e é transmitido pelas redes do jornal.

“De fato, esse artigo há muito vinha dando polêmica, e muita gente vinha apontando que era uma disposição que, talvez, embasada na ideia de segurança jurídica, permitia a violação e, inclusive, a garimpagem ilegal nas terras indígenas, e dificultava a rastreabilidade do outro ilegal”, enfatizou o ministro.

Nova regulamentação
Em abril, Gilmar Mendes assinou uma liminar para suspender o princípio da boa fé, que foi referendada em 3 de maio pelo plenário do Supremo. A decisão também dá ao governo um prazo de 90 dias para apresentar uma nova regulamentação para a exploração do ouro. Segundo o dispositivo, compradores de ouro ilegal não eram responsabilizados caso não soubessem da origem ilícita do material.

“O dispositivo então acabava sendo uma forma cartorial de tratar do tema e não provocava, de fato, segurança jurídica”, disse ainda o magistrado. “As presunções trazidas na norma legislativa simplesmente acabam por sabotar a efetividade do controle de uma atividade que é sensível”, acrescentou.

O ministro Gilmar também afirmou que debater o tema é importante “para que nós voltemos a trilhar de maneira muito segura o caminho da legalidade. Queremos, sim, que haja atividades de exploração da riquezas, mas dentro dos marcos legais”, reforçou.

Correio Braziliense

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