Preso por assassinar servidora do TSE é encontrado morto em cela da Papuda

Alan Fabiano Pinto de Jesus foi achado sem vida na unidade prisional. Seape aponta suicídio, mas família acredita que o homem tenha sido assassinado. Ele foi condenado a 24 anos de prisão pela morte de Luciana de Melo Ferreira.

Foto Reprodução

Um detento, condenado por assassinato, foi encontrado morto em uma cela no Complexo Penitenciário da Papuda, na manhã da última segunda-feira (3/4). Alan Fabiano Pinto de Jesus, 48 anos, estava detido na Ala de Pavimento Disciplinar do Centro de Detenção Provisória 1 (CDP 1). A família descarta a hipótese de suicídio e acredita que Alan tenha sido agredido até a morte na unidade prisional. Ele havia sido condenado a 24 anos pelo assassinato da servidora do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Luciana de Melo Ferreira, 49 anos.

Alan foi encontrado morto por volta das 7h de segunda-feira (3/4). Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seape-DF) informou que o detento estava com um lençol amarrado na brisa de ventilação e envolto ao pescoço. De acordo com a pasta, o médico da unidade prisional foi acionado e constatou o óbito. A Seape afirmou que Alan estava sozinho na sala e que foi aberto um procedimento apuratório para investigar os fatos.

Contestação

A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) tomou conhecimento sobre os fatos, por meio da advogada de Alan. A defensora relatou que, durante uma visita ao cliente na unidade prisional, Alan teria relatado um episódio de violência sofrido pelos policiais penais em 27 de março.

Ao Correio, o presidente da Comissão, Idamar Borges, afirmou que a família desconfia de tortura e oficiou a Vara de Execuções Penais (VEP) e o Núcleo de Controle e Fiscalização do Sistema Prisional do Ministério Público (Nupri/MPDFT). No documento enviado à juíza titular da VEP, Leila Cury, a OAB-DF requereu que sejam preservadas as imagens das câmeras de segurança do bloco 4 do CDP I do período de 27 de março a 3 de abril. Foi pedida ainda mais uma perícia na cela onde Alan foi encontrado, bem como a oitiva dos policiais penais que trabalharam nesse período. “Solicitamos que o diretor da unidade seja ouvido e a advogada também”, afirmou Idamar.

O crime

Alan Fabiano Pinto de Jesus foi condenado pelo Tribunal do Júri de Brasília a 24 anos de prisão em dezembro de 2021. O acusado e vigilante Alan, com 45 anos na época, entrou no prédio onde Luciana vivia, no Sudoeste, após conseguir abrir a porta com uma senha. Imagens das câmeras de segurança do local registraram o momento em que o ex-namorado chegou encapuzado no apartamento da vítima, duas horas antes do crime. Segundo a polícia, Alan esperou escondido nas escadas, até que Luciana chegasse, às 22h32.

Em seguida, ele foi ao apartamento dela e, 17 minutos mais tarde, deixou o prédio com uma bolsa de cor escura e sem encostar na fechadura da portaria. O corpo de Luciana só foi encontrado pela filha dois dias depois com 48 perfurações feitas por um objeto pequeno.

Correio Braziliense

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