Em meio às discussões sobre a popularidade, a política fiscal do governo e os desafios da gestão monetária do Banco Central, o Instituto Datafolha realizou uma pesquisa com beneficiários do programa social Bolsa Família para identificar se ele é suficientes para bancar a alimentação regular do brasileiro. O resultado, divulgado na noite de segunda-feira (3/4), mostra que 23% dos brasileiros dizem não ter comida suficiente em casa.
O Bolsa Família, atualmente, transfere aos beneficiário um valor mínimo de R$ 600 e inclui o pagamento de R$ 150 por criança de até 6 anos. O programa abrange cerca de 21 milhões de famílias. No levantamento do Datafolha, foram entrevistadas 2.028 pessoas com 16 anos ou mais, entre os dias 29 e 30 de março, em 126 cidades. As pessoas consultadas se identificaram como beneficiárias da iniciativa de transferência de renda.
Desse grupo, 62% dizem que a comida é suficiente, enquanto 15% dizem ter uma quantia mais do que suficiente. Em relação aos que disseram ter comida insuficiente, o pico da série ocorreu em julho de 2022, quando o índice chegou a 33%.
Segundo a sondagem, a falta de alimentos em quantidade suficiente ocorre mais entre as mulheres (27%), os moradores da região Nordeste (30%), os que votaram no presidente Lula (27%) e os beneficiários do Bolsa Família (23%).
O levantamento também indica que os beneficiários do programa de transferência de renda estão mais otimistas com o futuro da economia do que os que não estão cadastrados no programa. Entre os que recebem o benefício, 60% acreditam que a economia vai melhorar. Já 17% projetam que haverá uma piora, enquanto 22% dizem que não haverá mudança.
Entre os não beneficiários do Bolsa Família, 41% acham que a economia vai melhorar, 30% acreditam que vai piorar e 27% avaliam que continuará igual.
Economia e política
O Instituto Datafolha também publicou dados referentes à popularidade do governo federal, às projeções econômicas e à política monetária. Segundo o levantamento, 26% das pessoas creem em um declínio do cenário econômico para os próximos meses.
Já para 61% dos eleitores, a avaliação é a de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se comporta sempre, ou na maioria das vezes, de maneira adequada para o cargo. Inclusive, para 80% dos entrevistados pelo Datafolha, Lula age corretamente quando pressiona o BC pela queda de juros. Atualmente, a Selic está em 13,75%. Esse cenário vem prejudicando possíveis iniciativas que promovam o crescimento econômico.
As ações em prol da governabilidade também foram avaliadas pelo Datafolha. De acordo com dados levantados pelo instituto, a atitude de Lula em trocar cargo por apoio é reprovada por 61% dos entrevistados.
Com informações do Correio Braziliense/adaptação