Câmara vai investigar fraude envolvendo ministro de Lula

Juscelino Filho nomeou piloto particular no legislativo

Foto Divulgação

A Câmara dos Deputados abriu investigação contra a nomeação do piloto particular do ministro das Comunicações do governo Lula, Juscelino Filho.

Leumas Rennder Campos Figueiredo está nomeado no gabinete do deputado Dr. Benjamim de Oliveira (União-MA), aliado do ministro. No entanto, ele presta serviços privados para Juscelino. A informação foi publicada pelo jornal Estado de S.Paulo. Figueiredo já foi notificado para apresentar esclarecimentos. Ele continua empregado no gabinete.

O procedimento foi iniciado para apurar possível fraude na situação do piloto porque, além das suspeitas de ele ser pago para fins privados, há indícios de que ele ocultou sua participação em empresas ao ser nomeado na Câmara. O regramento interno da Casa proíbe que pessoas com funções de administração em empresas tomem posse como assessores de gabinetes.

Leumas Figueiredo é sócio-administrador de duas empresas no ramo de escola de aviação e transporte de malotes. Nas redes sociais, identifica-se como piloto. Ele já publicou fotos voando com a aeronave de Juscelino Filho e o nome dele aparece em documentação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para obtenção e renovação de atestados de aeronavegabilidade para o avião do ministro.

“Se configurada infração disciplinar, o servidor será encaminhado à Comissão de Disciplina para responder a processo administrativo”, informou a Câmara, em nota à reportagem.

As sanções possíveis vão de advertência à demissão do funcionário comissionado. No gabinete, Leumas recebe R$ 10,2 mil mensais. Após a publicação da reportagem, o piloto apagou de seu perfil no Instagram.

O piloto trabalhava no gabinete de Juscelino Filho desde 2018. Quando se tornou ministro do governo Lula, o funcionário foi mantido pelo suplente e aliado de Juscelino, Dr. Benjamim de Oliveira.

Em nota, Juscelino negou irregularidades. “Presta suas atividades com zelo, profissionalismo e regularidade, no apoio à atividade parlamentar em Brasília e no Estado, seja presencialmente, seja em modelo híbrido ou remoto na pandemia”, disse.

O piloto não se manifestou. O deputado Benjamim de Oliveira disse que “havendo comprovação de qualquer irregularidade no exercício da função determinada por mim, não tenho qualquer problema ou impedimento em exonerar”.

Revista Oeste

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