A Apple escolheu uma mulher trans, ou seja, um homem biológico, para protagonizar sua propaganda do Dia Internacional da Mulher. Naomi Hearts, como é popularmente conhecida, é uma criadora de conteúdo que se denomina “mulher trans latina e plus size”.
“Vivemos em um mundo onde as mulheres recebem menos”, disse Naomi, em texto publicado na Apple Store. “Estamos colocando políticas sobre os corpos de pessoas com útero. As mulheres, especialmente as negras, estão na parte inferior do polo. Não estão recebendo o apoio de que precisam, e precisamos estar lá para dar o apoio.” Conforme a influenciadora digital, os negros têm mais dificuldade de fazer a transição de gênero, em razão da falta de recursos. “Algumas pessoas trans não podem pagar cuidados de saúde nem realmente entrar no corpo que desejam”, observou.
Não é a primeira vez que uma empresa seleciona homens biológicos para participarem de propagandas sobre o Dia Internacional da Mulher. A fabricante de chocolates Hurshey’s, por exemplo, escalou a trans Fae Johnstone. “Podemos criar um mundo em que todos tenham condições de viver em espaços públicos”, disse a protagonista, em vídeo publicitário.
No Twitter, Fae rebateu as críticas sobre sua inclusão na propaganda da Hershey’s. “Isso mostra quão longe ainda temos de ir na luta pela libertação feminista e pelos direitos trans”, escreveu. “Sempre defenderei mulheres e meninas, cis e trans.”
De acordo com a fabricante de chocolates, o objetivo da peça publicitária é “reconhecer a força da diversidade”. “Nos últimos três anos, nossa programação do Mês da História da Mulher tem sido uma celebração inclusiva das mulheres e seu impacto”, explicou. “Agradecemos as inúmeras pessoas e parcerias significativas por trás desses esforços.”
Impactos no Brasil
Mas a história não teve repercussão apenas em países estrangeiros. Nesta quinta-feira, 8, o deputado federal Nikolas Ferreira criticou as políticas adotadas pela Apple e pela Hurshey’s. “Naomi Hearts é, inclusive, uma ativista da obesidade”, salientou. “A Hershey’s também colocou um homem que se sente mulher numa propaganda de mulheres.”
Revista Oeste