As chuvas não vão trazer mais dores de cabeça para os moradores da capital. No início do mês, o Governo do Distrito Federal (GDF) lançou o projeto Drenar DF, que tem o intuito de resolver problemas decorrentes destes períodos, onde há maior incidência de alagamentos e enxurradas na região. Por meio da iniciativa, será construída uma ampla rede de drenagem pluvial complementar ao sistema já existente na cidade.
Em conjunto com a Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) e com um investimento de R$ 174 milhões, a primeira fase do programa iniciará na Asa Norte, com 7,68 km de túneis escavados ao todo. Na prática, a solução prevê nova tubulação que começará nas imediações da Arena BRB Mané Garrincha e descerá à via L4 Norte, e depois ao Lago Paranoá.
Passará paralela às quadras 902 (perto do Colégio Militar), 702, 302, 102, 202 e 402, cruzando a W3 Norte, o Eixo Rodoviário Norte (Eixão) e a via L2 Norte até chegar à L4 Norte, próximo ao Setor de Embaixadas Norte. Posteriormente, as regiões da Asa Sul e Taguatinga serão contempladas com a implementação do projeto.
“A obra vem para solucionar o problema dos alagamentos. Estamos começando um processo que, ao longo de 20 anos, ninguém teve coragem de fazer. Pedimos paciência à população, porque teremos chuvas antes de as obras ficarem prontas, mas ao final teremos essa questão resolvida”, afirma a governadora em exercício, Celina Leão.
Buscando oferecer uma estratégia para mitigar as águas das chuvas da Faixa 1 e 2 Norte, ao fim do percurso, será construído um reservatório de qualificação de água pluvial. O espaço será construído em uma área de 36 mil m², dentro do Parque Urbano Internacional da Paz.
Além disso, será criada uma lagoa, cujo volume útil abarcará 70 mil m³ de água, responsável por decantar as impurezas, permitindo a retenção da sujeira carregada pelas águas da chuva, objetivando a melhoria da qualidade da água a ser lançada no Lago Paranoá.
Drenagem de seis décadas
De acordo com a Terracap, a drenagem do Plano Piloto foi projetada e executada quando nasceu a cidade. Sessenta anos depois exige-se uma nova rede de captação de águas pluviais especialmente por conta da significativa expansão da cidade.
“Sessenta anos depois, existem alterações diversas que exigem uma nova rede de captação de águas pluviais. É um projeto moderno, que contempla toda a região e trará segurança para transitar em época de chuvas a essa população que tanto já sofreu com inundações”, afirma Izidio Santos, presidente da Terracap.
Na avaliação de Sérgio Koide, professor do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade de Brasília (UnB), um dos problemas é que a rede pluvial do Plano Piloto é muito antiga. “Brasília foi construída na década de 1960, inclusive o sistema de drenagem foi pensado para outro tipo de ocupação. Com a expansão da cidade, a rede de captação não comporta o volume de água, o que gera os alagamentos”, explica.
Problemas recorrentes
João Vitor Carreira, morador da Superquadra Norte (SQN) 215, possui expectativa com o início das obras do GDF. Segundo ele, devido a alta quantidade de chuva, a pista da L3, perto da Universidade de Brasília (UnB), já causou transtornos e dificuldades na locomoção com o carro.
CB