Exército nega que tenha ordenado retirada de barracas em QG no DF

Após vídeo viralizar com ordem de militar para retirada de barracas até dia 23, Exército nega que exista essa decisão

Foto Reprodução

O Exército Brasileiro negou que exista uma ordem para a retirada das barracas instaladas em frente ao Quartel-General de Brasília. Um vídeo viralizou nesta terça-feira (20/12) com um policial do Exército pedindo colaboração dos manifestantes bolsonaristas para remoção do acampamento, mas as Forças Armadas negam que essa determinação tenha partido oficialmente da corporação.

No vídeo, um homem com trajes militares diz que a retirada de barracas em frente ao QG em Brasília deve acontecer até sexta-feira (23/12). Com a farda da Polícia do Exército, ele diz que manifestações podem ocorrer, mas a permanência de barracas, não. Bolsonaristas, no entanto, o acusaram de ser um infiltrado disfarçado de militar. Há até publicações que o chamam de “criminoso” e pedem ações contra ele.

“O prazo é [dia] 23. Então, solicito aos senhores que colaborem com a gente, para que seja de forma ordeira, para que todos saiam, não tenha congestionamento. Muita barraca vai precisar de caminhão para ser retirada, então pedimos a colaboração. Todas as barracas não vão poder mais pernoitar aqui. Dia 23 não pode mais permanecer”, dizia o homem. Veja:

Divulgado nas redes, o vídeo foi alvo de muita discussão. Em grupos bolsonaristas no Telegram, alguns apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) que pedem intervenção militar levantam suspeitas sobre os trajes do possível policial do Exército.

“Essa pistola é falsa, o coturno é fora do padrão da PE [Polícia do Exército], o cara não tem identificação, não tem patente, cabelo é grande. Se fosse oficial, o cabelo estava no padrão. O adesivo da bandeira do Brasil está autocolado, aquilo ali é um velcro. Tudo é falso ali. Completamente falso. Os caras são bons, hein”, disse, em áudio, um bolsonarista.
Enquanto alguns usuários repostaram o vídeo e a informação pedindo a retirada das barracas, outros disseram que essa seria uma estratégia de “comunistas” para desmobilizar o acampamento. Até o momento, não há ordem direta nem do Exército nem de forças de segurança do Distrito Federal para saída dos manifestantes.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), deputado distrital Fábio Felix (PSol), chegou a pedir que o Governo do DF faça a “remoção e dispersão imediata do acampamento organizado em frente ao Quartel-General do Exército”, após atos de terrorismo, ocorridos em 12 de dezembro, na área central de Brasília.

Na data, manifestantes tentaram invadir um prédio da Polícia Federal, atearam fogo em veículos, quebraram prédios e patrimônios públicos e atacaram as forças policiais.

Por conta desses episódios, o Ministério Público Federal (MPF) recomendou que as polícias Federal e Militar do Distrito Federal, a Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF) e o Comando Militar do Planalto planejem, em conjunto, uma atuação para prevenir e combater atos criminosos nas manifestações que ocorrem no QG do Exército e em outras áreas de Brasília.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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