O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), avisou a líderes partidários que pretende “antecipar” a eleição interna na Casa para a vaga de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
Até então, Lira dizia que a escolha só aconteceria após as eleições gerais de outubro. Nos últimos dias, porém, ele informou a deputados que a escolha para o TCU deverá ocorrer antes do pleito.
Segundo aliados, o presidente da Câmara quer “antecipar” a eleição interna por temor de não conseguir eleger um aliado para o tribunal. O candidato de Lira é o deputado Jhonatan de Jesus (Republicanos-RR).
A preocupação do atual presidente da Câmara é de que, após as eleições de outubro, parlamentares que não conseguiram se reeleger nas urnas virem favoritos na disputa para o TCU.
O temor tem um nome específico: o deputado Fábio Ramalho (MDB-MG). A avaliação no entorno de Lira é de que “Fabinho”, como é conhecido, pode ganhar novos apoios dos colegas, caso não seja reeleito nas urnas.
Pressão e efeito Lula
Outro argumento é de, antes das eleições, Lira e os presidentes de partidos podem usar as emendas de relator e o fundo eleitoral para pressionar os deputados a votarem num nome específico para o TCU.
Há ainda uma preocupação sobre o impacto de uma possível vitória do ex-presidente Lula na eleição. O temor é de que, se Lula for eleito, ele tente interferir na disputa ao TCU, atrapalhando os planos de Lira.
Regras
A vaga no TCU que será escolhida pela Câmara é a da ex-ministra Ana Arraes, que se aposentou em julho. A votação é secreta. Vence o candidato que tiver maioria simples dos votos dos deputados presentes na votação.
Além de Jhonantan e Fábio Ramalho, pretendem disputar a vaga no tribunal os deputados federais Hugo Leal (PSD-RJ) e Soraya Santos (PL-RJ).
Metrópoles