Usuários apontam insegurança na Rodoviária do Plano Piloto

Segundo o 6º Batalhão da PM, as ocorrências registradas no local envolvem roubos e na maioria das vezes, porte de arma branca

Foto: Agência Brasil

A Rodoviária do Plano Piloto é um ponto de encontro de moradores de diversas regiões do Distrito Federal. O local recebe cerca de 3,8 mil ônibus e 700 mil pessoas diariamente, e por esse motivo, se torna vulnerável à ação de criminosos. De acordo com o 6º Batalhão de Polícia Militar do DF, as ocorrências policiais no terminal incluem roubos e porte de arma branca.

De acordo com o administrador da Área Central de Brasília e da Rodoviária do Plano Piloto, Josué Martins de Oliveira, a Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF) mantém um Posto Avançado de Comando e Controle da PMDF no local e ainda conta com as investigações da Polícia Civil do DF (PCDF) e com ações da Vigilância Patrimonial para a fiscalização constante.

Contudo, as medidas não parecem ser suficientes para garantir um espaço seguro. Rayane Almeida, 25, recepcionista em um estabelecimento da Asa Norte, é uma das milhares de pessoas que não se sente à vontade em transitar pela estação. “A rodoviária está um caos. Tem muitos moradores de rua e usuários de drogas, mais do que usuários do transporte público em si. O comércio de drogas parece ser livre”, contou a brasiliense.

“Vejo brigas o tempo todo, além de assaltos e furtos. Já vi homens puxando o celular da mão das pessoas e fugindo”, concluiu Rayane. Com esses relatos, fica cada vez mais difícil para a população candanga ter confiança em se movimentar pelos pontos de embarque, desembarque e comércios. Segundo a Polícia Militar do DF (PMDF), em 2020, foram registradas 1.563 ocorrências policiais no local. Em 2021, o número aumentou para 2.295.

A diferença foi observada após as flexibilizações das medidas restritivas da pandemia, que também aumentou a circulação de pessoas no local. Já em 2022, 302 ocorrências foram registradas até o momento. Em junho foram 62 registros, enquanto em julho foram 26. De acordo com o órgão, as ocorrências mais comuns incluem porte de arma branca, exercício ilegal da profissão e tráfico de susbtância entorpecente.

Edimilson Macambira, 52, também não sente segurança em andar pela rodoviária. Assim como Rayane, ele já presenciou assaltos pelo local: “Nunca aconteceu nada comigo, isso porque eu fico muito atento, mas a situação está muito difícil. Tem muitos ladrões de celular e muita gente pedindo dinheiro em todo canto”.

Morador do Paranoá, Edimilson usa o terminal para se dirigir ao trabalho diariamente, no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) e alertou para outros pontos negativos do local: “Acho que está muito bagunçado, porque também tem muito camêlo, muito ambulante que atrai os criminosos e atrapalha a circulação da população”.

Tanto Rayane quanto Edimilson afirmaram à reportagem que a partir das 16h da tarde a quantidade de pessoas é tão grande que fica difícil não se deparar com pessoas em vulnerabilidade social e possíveis infratores. “Na sexta-feira, quando as pessoas estão saindo para o final de semana, parece que é até pior”, finalizou Rayane.

Em resposta ao Jornal de Brasília, a PMDF informou que os policiais militares que se formaram no último Curso Formação de Praças (CFPVIII) foram distribuído em todos os batalhões da cidade, inclusive no 6º Batalhão, o que contribui com o aumento do efetivo na região central da capital federal.

Denúncias
Mesmo com o reforço na segurança, a administração da Rodoviária denunciou mais uma ação ilegal nessa quinta-feira (21). No período da tarde, a pasta observou que foram furtados materiais de ferro e metal, além de cabos de energia do terminal. Alguns elevadores ficaram sem rodapés e nos banheiros, torneiras e válvulas de descarga foram arrancados.

“A administração faz manutenção todos os dias e os vândalos, ou até mesmo os usuários, danificam os bens públicos”, esclareceu o administrador Josué. “É preciso que a sociedade ajude a cuidar e notifique esses absurdos. Os usuários do terminal devem sempre estar atentos a qualquer ato ou ação de pessoas suspeitas”, pontuou.

Josué acrescentou que se houver uma ação de crime, a população precisa buscar imediatamente as autoridades policiais ou a administração para realizar uma denúncia, encaminhada posteriormente aos órgãos competentes. Já com relação aos ambulantes, ele ressaltou que a pasta não pode realizar qualquer tipo de apreensão ou retirada sem a autorização do DF Legal.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

J.Br

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