O show de Gusttavo Lima, com cachê de R$ 1,04 milhão bancado pela Prefeitura de Magé, na Baixada Fluminense, aconteceu na noite da última quarta-feira (8). Alvo de investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) — o órgão apura supostas irregularidades na contratação do artista —, a apresentação do cantor sertanejo fez parte do evento de comemoração pelos 457 anos da cidade, em programação que se estende até sábado (11).
Antes de a estrela da noite se apresentar, um dos hosts do evento chamou o prefeito, Renato Cozzolino, para subir ao palco. Ao lado da primeira dama, Lara Adario, Cozzolino pegou o microfone:
– Nos últimos dias fomos massacrados, alvos de fake news. Mas batemos o pé e vai ter Gusttavo Lima sim. Este ano foi de improviso, mas ano que vem tem mais.
Lima, por sua vez, foi discreto e não fez nenhuma declaração direcionada à polêmica dos cachês. Mas em um dado momento se referiu ao prefeito de Magé.
– Alô, prefeito. Aquele abraço, tamo junto – disse ele, ao som da música “Um homem de família”.
Antes do evento, a administração afirmou que usou “os rendimentos dos recursos recebidos pela privatização da Cedae” para investir nos shows de aniversário da cidade. Fato que foi reforçado por uma fala do apresentador.
– Eles tentaram enganar, dizendo que tiraram o dinheiro da Educação ou da Saúde, mas Magé aplicou o dinheiro da Cedae – defendeu o apresentador.
Todos os dias de evento acontecem numa área ao ar livre em Bongaba/Piabetá, próximo a um aterro sanitário.
Cachês milionários
No último domingo (5), uma apresentação de Gusttavo Lima no município de Teolândia, na Bahia, foi suspensa horas antes do início do show, por determinação judicial. A prefeitura da cidade, que ainda sofre com as consequências das fortes chuvas no fim de 2021, pagaria R$ 704 mil de cachê para Gusttavo.
Os casos na Justiça e cancelamentos de shows se avolumam. Em Conceição do Mato Dentro (MG), a apresentação de Gusttavo, que custaria R$ 1,2 milhão à prefeitura, foi suspensa. A quantia fazia parte de uma verba destinada a áreas como Educação e Saúde.
Os casos vieram à tona depois de circular na internet um vídeo em que o sertanejo Zé Neto, da dupla com Cristiano, zombava de uma tatuagem íntima de Anitta e criticava a Lei Rouanet. “O nosso cachê quem paga é o povo. A gente simplesmente vem aqui e canta”, disse, durante um show que custou R$ 400 mil à Prefeitura de Sorriso, no Mato Grosso. Usuários de redes sociais reagiram pedindo uma “CPI do sertanejo”.
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