Pais e alunos denunciaram a instalação de câmeras em banheiros do Colégio Estadual Nossa Senhora de Lourdes, em Goiânia. Ao saber do caso, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) determinou a imediata retirada dos equipamentos e disse que vai investigar o ocorrido.
“Não há autorização para instalação de câmeras em sanitários/banheiros das unidades escolares e a Coordenação Regional de Educação (CRE) de Goiânia já foi orientada para que as câmeras sejam retiradas imediatamente.” A direção, contudo, afirma que o objetivo dos equipamentos era garantir a segurança dos alunos, uma vez que unidade tem problemas com o uso de drogas, e que só filmava na parte da pia, sem gerar qualquer exposição vexatória.
Instaladas há poucos dias, segundo alunos ao G1, a direção teria justificado a situação por mensagem em grupo de pais e do colégio. “Colocamos câmeras nos banheiros com o objetivo de proteger o patrimônio público e evitar possíveis infrações lá dentro. As câmeras não filmam dentro do box do vaso sanitário. Não precisam se sentir violados.”
Ao site, os estudantes disse que sentiram “expostos”. “É surreal a sensação que a gente sente quando entra no banheiro e vê a câmera. A gente fica muito constrangido”, declarou uma aluna. “Não consegui usar o banheiro porque o medo da câmera me pegar era muito grande”, disse outra. “Eu tentei ficar ao máximo escondida da câmera, mas, ainda assim, eu tinha aquela sensação de ser vigiada. Sensação de que a gente está sendo exposta”, relatou mais uma.
Direção do colégio
Em conversa por telefone com o Mais Goiás, a diretora Camila Noleto explicou que o colégio passa por alguns problemas, como o uso de cigarros e drogas por partes de alguns alunos, especialmente no período noturno. “E temos lutado contra isso”, afirmou.
Segundo Camila, o colégio se empenha pelo bom atendimento e, no caso das câmeras, elas foram posicionadas em direção a pia, apenas para ver quem entrava e saía, e se carregavam algo suspeito. “Colocamos na quinta-feira (5) à tarde e, com a repercussão, retiramos na segunda-feira (8)”, admite.
Ela reforça, ainda, que o objetivo nunca foi tirar a privacidade dos alunos, mas protegê-los. “Inclusive, vários pais apoiaram a iniciativa”, revelou.
Mais Goiás