Durante evento na sede Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio), em Goiânia, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) disse que o governo e os empresários goianos devem participar de eventual discussão sobre a venda da distribuidora de energia pela Enel. Segundo ele, o maior “gargalo” no Estado é a energia elétrica.
Vale lembrar, circulou na imprensa a informação que o grupo italiano Enel teria interesse em vender a distribuidora de Goiás, antiga Celg Distribuição (Celg-D), que atende cerca de 3,27 milhões de clientes. O acordo poderia chegar a US$ 2 bilhões (quase R$ 10 bi), segundo a Istoé, com dados da Reuters. Procurada pelo Mais Goiás, a companhia afirma se tratar de “rumores do mercado”. A assessoria declarou: “Não comentamos rumores de mercado.”
Ao tomar conhecimento dessa possibilidade, Caiado disse ter informado ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que seria o intermediário para a venda – caso ocorra. “Nós e os empresários de Goiás temos a necessidade de estarmos participando dessa discussão. Isso é fundamental para Goiás. Isso que nós temos que saber, de que maneira está sendo vendida? Para quem está sendo vendida? Como será vendida? Quais serão os compromissos de investimento que essa nova empresa vai ter com o Estado de Goiás? Porque não conseguiram cumprir todos os compromissos?”, discursou.
E ainda: “É um assunto que nós não podemos ter mais uma vez perdas, numa negociação que não tenhamos conhecimento dela. (…) Estou dizendo tudo isso pela necessidade de nós estarmos presentes e nos demandando por ações de transparência, de prestação de conta cada dia mais.”
Sobre a venda da Enel
Ao Mais Goiás, a Enel disse não comentar “rumores de mercado”. Segundo fontes da Istoé, contudo, a CPFL Energia, controlada pela State Grid Corporation of China, a Neoenergia, controlada pela espanhola Iberdrola, e a EDP Brasil, da qual a portuguesa EDP é a maior acionista, estariam interessadas na aquisição.
A Celg-D, destaca-se, é avaliada em cerca de R$ 10 bilhões. Após as notícias sobre a venda, as ações da italiana subiram 1,9%. A companhia pagou, em 2016, R$ 2,1 bilhões na distribuidora, que era controlada pelo Estado e pela Eletrobras.
Confira a fala na íntegra:
“Um dos gargalos que nós temos e vocês cobram muito de mim, também, é a parte de energia elétrica. Na Agos (Associação Goiana dos Supermercados) e agora mesmo em Rio Verde, na Tecnoshow é a cobrança da energia elétrica e vocês veem a dificuldade que Goiás passa hoje. É o maior gargalo hoje, e o maior ponto de fragilidade para o crescimento da economia do Estado de goiás, é falta de energia. Vejam vocês a que ponto nós chegamos. Então, quer dizer, é uma situação que nos preocupa, nós temos que avançar nisso.
Agora mesmo a notícia, algo que já fui informado e que havia comunicado ao ministro de Minas e Energia, que é a venda da Enel. Nós e os empresários de Goiás temos a necessidade de estarmos participando dessa discussão. Isso é fundamental para Goiás. Isso que nós temos que saber, de que maneira está sendo vendida? Para quem está sendo vendida? Como será vendida? Quais serão os compromissos de investimento que essa nova empresa vai ter com o Estado de Goiás? Porque não conseguiram cumprir todos os compromissos? E realmente, provocou essa estagnação com todo potencial de Goiás crescer e cresceu.
Veja bem, se nós tivéssemos uma oferta avantajada de energia, nosso crescimento seria muito maior que este. Estaríamos em uma expansão muito maior em todas as áreas, principalmente vocês que sabem fazer e sabem trabalhar. Então, tudo isso é algo que afeta o comércio e que nós goianos temos que estar debatendo.
Tive uma conversa longa com o ministro de Minas Energia, o Adriano da Rocha Lima também esteve com a Aneel, nós temos também que debater esse assunto, porque é um assunto que nós não podemos ter mais uma vez perdas, numa negociação que não tenhamos conhecimento dela. Ou se não, nós sofreremos as consequências como estamos sofrendo até hoje. Estou dizendo tudo isso pela necessidade de nós estarmos presentes e nos demandando por ações de transparência, de prestação de conta cada dia mais.”
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