Defesa diz que fala de Barroso sobre Forças Armadas é ofensa grave

O Ministério da Defesa reagiu à declaração de Luís Roberto Barroso de que as Forças Armadas são orientadas a atacar o processo eleitoral

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Foto: Nelson Jr.

O Ministério da Defesa reagiu, na noite deste domingo (24/4), contra a fala do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso de que as Forças Armadas são orientadas a atacar e desacreditar as eleições.

Na nota, o órgão disse que “repudia qualquer ilação ou insinuação, sem provas, de que as Forças Armadas teriam recebido suposta orientação para efetuar ações contrárias aos princípios da democracia”. A manifestação oficial é assinada pelo ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.

“Afirmar que as Forças Armadas foram orientadas a atacar o sistema eleitoral, ainda mais sem a apresentação de qualquer prova ou evidência de quem orientou ou como isso aconteceu, é irresponsável e constitui-se em ofensa grave a essas Instituições Nacionais Permanentes do Estado Brasileiro. Além disso, afeta a ética, a harmonia e o respeito entre as instituições”, assinalou o general.

Neste domingo (24/4), durante palestra no Brazil Summit Europe, seminário promovido pela Universidade Hertie School, da Alemanha, Barroso afirmou por videoconferência: “As Forças Armadas estão sendo orientadas para atacar o processo [eleitoral] e tentar desacreditá-lo”.

O ministro, que é ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não citou quem estaria orientando as Forças Armadas contra o processo eleitoral. O presidente Jair Bolsonaro (PL), porém, já questionou reiteradas vezes a segurança das urnas eletrônicas.

Para Barroso, as Forças Armadas não irão sucumbir a esse movimento. “Tenho a firme expectativa de que as Forças Armadas não se deixem seduzir por esse esforço de jogá-las nesse universo indesejável para as instituições de Estado, que é o universo da fogueira das paixões políticas”, destacou.

Reação
O Ministério da Defesa disse que as Forças Armadas atenderam a um convite do TSE e apresentaram “propostas colaborativas, plausíveis e exequíveis” para “aprimorar a segurança e a transparência do sistema eleitoral”.

“As eleições são questão de soberania e segurança nacional, portanto, do interesse de todos”, disse.

“Por fim, cabe destacar que as Forças Armadas contam com a ampla confiança da sociedade, rotineiramente demonstrada em sucessivas pesquisas e no contato direto e regular com a população. Assim, o prestígio das Forças Armadas não é algo momentâneo ou recente, ele advém da indissolúvel relação de confiança com o Povo brasileiro, construída junto com a própria formação do Brasil”, concluiu a pasta federal.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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