O Tribunal do Júri condenou Júlio Dutra de Souza a 17 anos de prisão por espancar a mulher até a morte, em Pires do Rio, região Sudoeste de Goiás. O crime aconteceu no dia 29 de dezembro de 2020, mas o julgamento do homem só foi realizado na quinta-feira (31), sob a presidência do juiz José dos Reis Pinheiro da comarca do município.
Na data do ocorrido, o casal estava em casa quando iniciou uma discussão motivada pelo ciúmes do homem. Em certo momento, Júlio começou a agredir Cibele Alves Rodrigues com chutes, socos e pancadas na cabeça até que a vítima perdesse os sinais vitais.
Após matar a mulher, homem ligou para o amigo e contou o que tinha feito
Ao perceber que a mulher estava sem vida, Júlio levou o corpo para o quarto e o colocou em cima da cama do casal, em seguida ligou para um amigo e contou o que havia feito. O homem ainda pegou o cartão de crédito de Cibele e fugiu na moto dela para Vianópolis, cerca de 80km de Pires do Rio. O amigo de Júlio acionou a Polícia Militar, que conseguiu localizar e prender o homem.
Um laudo médico apontou que Cibele sofreu fraturas na costela, colapso pulmonar e laceração no fígado e no rim além de esquimoses pelo corpo.
De acordo com a denúncia do Ministério Público de Goiás (MPGO), o casal tinha um relacionamento conturbado e marcado por brigas. O homem agredia a vítima com frequência, mas ela nunca registrou um boletim de ocorrência ou pediu por ajuda.
Júlio foi condenado a 17 de reclusão em regime fechado pelo crime de femicídio por meio cruel . O Juiz negou o direito ao réu de recorrer para responder em liberdade
Casos de feminicídio aumentaram 50% em três anos
Dados da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) apontam que o estado registrou um aumento de 50% nos casos de femicídio entre 2018 e 2021. O número de mulheres mortas em razão da violência doméstica e familiar e menosprezo ou discriminação pelo gênero feminino saltou de 36, em 2018, para 54 em 2021.
A estatística indica ainda que as denúncias de ameaça subiram de 6.454 para 15.734 e registros de lesão corporal saltaram de 2.976 em 2018 para 10.782, em 2021. Já os crimes contra honra tiveram um aumento de 42%, ou seja, foram 6.166 ocorrências de calunia, difamação e injúria a mais que em 2018. Em contra partida, os registros de abuso sexual tiveram queda. Em 2018, foram 713 casos registrados nos órgãos de segurança, já em 2021, foram 278.
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