Entidades israelitas repudiam discurso pró nazismo de Monark no Flow

Apresentador defendeu criação de partido nazista e afirmou que antijudeus "têm direito à opinião". Após pressão, afirmou estar bêbado

RIO DE JANEIRO, NAZISTA, DIGITAL INFLUENCER
Foto Reprodução

Após falas de apologia ao nazismo durante a edição do Flow Podcast da última segunda-feira (7/2), feitas pelo apresentador Bruno Aiub, conhecido como Monark, federações e entidades israelitas repudiaram o discurso de ódio defendido pelo influenciador, que debateu o tema com os deputados federais de São Paulo Kim Kataguiri (Podemos) e Tabata Amaral (PSB).

A Federação Israelita do Estado de São Paulo publicou nota em que repudia “de forma veemente esse discurso e reitera o compromisso em combater ideias que coloquem em risco qualquer minoria”. “Manifestações como essa evidenciam o grau de descomprometimento do youtuber com a democracia e os direitos humanos”, destaca o texto.

A Confederação Israelita Brasil também condenou de forma veemente a defesa da existência de um partido nazista no Brasil e o “direito de ser antijudeu”. “O nazismo prega a supremacia racial e o extermínio de grupos que considera ‘inferiores’. Sob a liderança de Hitler, o nazismo comandou uma máquina de extermínio no coração da Europa que matou 6 milhões de judeus inocentes e também homossexuais, ciganos e outras minorias”, diz o texto.
“O discurso de ódio e a defesa do discurso de ódio trazem consequências terríveis para a humanidade, e o nazismo é sua maior evidência histórica”, completou a confederação em seu perfil nas redes sociais.

Outras entidades também usaram suas contas na internet para condenar as falas do apresentador, que, após perder patrocínios, se desculpou alegando que estava bêbado durante o programa.

Ideologias que visam a eliminação de outros têm que ser proibidas. Racismo e perseguições a quaisquer identidades não são liberdade de expressão.@tabataamaralsp perfeita na resposta, mas um detalhe: nazismo é contra a existência não só de judeus, mas de todos os “diferentes” pic.twitter.com/jfVHhYf3Hr — Judeus pela Democracia – Oficial (@jpdoficial1) February 8, 2022

A Associação Nacional dos Procuradores da República também se manifestou e ressaltou que o direito à liberdade de expressão não é absoluto. “Ainda mais quando o objetivo do discurso é pregar a inferiorização ou exclusão de outras pessoas. Repudiar o nazismo é uma tarefa permanente, que deve ser reiterada todos os dias”, diz o posicionamento.

Entenda o caso
Tabata retrucou o apresentador, classificando as ideias como apologia a “ideologias que ameaçam a existência e integridade de pessoas ou grupos, sejam judeus, PCD, negros ou LGBTQIA+”.

“Eu sou mais louco do que vocês. A esquerda radical tem muito mais espaço que a direita radical, na minha opinião. As duas tinham que ter espaço, na minha opinião […] Eu acho que o nazista tinha que ter o partido nazista reconhecido pela lei”, disse Monark. “Se o cara for antijudeu, ele tem o direito de ser antijudeu”, completou.

Tabata rebateu, ponderou classificando as ideias do apresentador como “esdrúxulas” e citou o Holocausto na Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial, período marcado pelo extermínio de mais de 6 milhões de judeus.

Mesmo repudiando o apresentador na transmissão, internautas questionaram a permanência da deputada até o fim do programa e a foto em que posou sorridente ao lado do influenciador. Internautas também pediram a prisão de Monark

Após a repercussão negativa, Monark divulgou um vídeo nas redes sociais nesta terça-feira (8/2) e alegou que estava bêbado.

 

 

 

 

 

 

Metrópoles

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