O Distrito Federal está entre as unidades da Federação que mais recorre à rede de ensino privada para educar as crianças. Segundo dados da 1ª Etapa do Censo Escolar 2021, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) nesta semana, quase um a cada três alunos da educação básica está em colégios que cobram mensalidade.
A educação infantil, que compreende crianças até 6 anos, é a que detém a maior fatia de matriculados em instituições particulares: são mais de 52 mil (53,9%) dos quase 98 mil meninos e meninas. A porcentagem é a maior do Brasil e a capital do país é a única a ultrapassar a casa dos 50%.
O topo do ranking de alunos nesses centros também é ocupado por Brasília no ensino médio. Mais de 24% dos 116 mil neste nível estão em escolas com mensalidade.
Já no ensino fundamental, o DF fica na segunda colocação tanto nos anos iniciais quanto nos anos finais, atrás apenas do Rio de Janeiro.
A administradora Elizabeth Corrêa, 44 anos, é uma das moradoras do DF que opta por matricular o filho, de 9 anos, em uma escola particular. “Hoje entendo que a colégio do governo não oferece o suporte adequado a fim de preparar o cidadão do futuro. Não somente a formação escolar, mas também a forma de socializar”, diz.
Ela afirma ainda que a facilidade na resolução dos problemas também é levada em consideração. “Na escola privada, posso ser ouvida em qualquer dificuldade e logo tenho o retorno da coordenação e equipe”.
Conforme explica a presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF (Sinepe-DF), Ana Elisa Dumont, a característica da população de Brasília facilita um número maior de crianças em escolas particulares. “A gente tem uma renda per capita maior que a maioria dos estados e tem a peculiaridade de ter várias embaixadas. Normalmente, todos esses pais buscam escolas internacionais”, destaca.
Ana lembra, ainda, que o DF tem uma variedade muito grande de escolas particulares com diversas propostas pedagógicas diferentes. “Há uma grande qualidade e variedade. Também existem diferentes preços”, conta.
Já o presidente da Associação de Pais e Alunos do DF (Aspa-DF), Alexandre Veloso, diz que a dificuldade da implementação de ensino remoto nas escolas públicas do DF durante a pandemia pode ter feito com que pais com condições de bancar uma mensalidade migrassem para o ensino particular. “Para não ter mais surpresas no ano de 2022, alguns pais fazem um esforço para que eles possam ter uma possibilidade de recuperar o conteúdo perdido”.
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