Mais de 10,12 bilhões de doses da vacina contra a Covid-19 foram aplicadas em todo o mundo, e média de aplicações diárias é de 21,27 milhões de injeções. Além disso, 61,1% da população mundial recebeu pelo menos uma aplicação do imunizante. As informações são da plataforma Our World in Data, associada à Universidade de Oxford, e levam em consideração dados registrados até a última terça-feira (1º/2).
Com mais de um ano do início das campanhas de imunização, cerca de 4,8 bilhões de indivíduos já receberam alguma proteção contra o coronavírus. Entretanto, existe uma desigualdade vacinal entre os países e a boa parte da população de nações de baixa renda ainda não recebeu nem a primeira dose do imunizante.
Enquanto países como Emirados Árabes Unidos e Portugal registram taxas de vacinação superiores a 90%, nações menos ricas têm coberturas vacinais baixas contra a Covid-19, como é o caso de Etiópia e Nigéria, que imunizaram totalmente 1,36% e 2,58% de suas populações, respectivamente. Atualmente, somente 16% das pessoas do continente africano tomaram pelo menos uma dose do imunizante.
Em publicação da revista científica Nature, o fundador da organização de saúde pública Refuge Place International, Mosoka Fallah, afirmou que “como africano, o real significado de atingir dez bilhões de vacinas administradas é a extrema desigualdade que existe na distribuição de vacinas entre o norte e o sul do globo. Para o pesquisador, o mundo continuará vendo novas variantes até corrigir essa desigualdade.
Durante discurso realizado na terça (1º/2), o Diretor Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, considerou que é prematuro para qualquer país se render ou declarar vitória contra o coronavírus.
“Este vírus continuará a evoluir, e é por isso que pedimos aos países que continuem testando, vigiando e sequenciando. Não podemos combater esse vírus se não soubermos o que ele está fazendo. Devemos continuar trabalhando para garantir que todas as pessoas tenham acesso às vacinas”, afirmou Adhanom.
Para o diretor, as vacinas precisam evoluir à medida que o coronavírus também muda. Ele ressaltou que variantes da Covid-19 podem continuar escapando de anticorpos neutralizantes induzidos por vacinas contra cepas anteriores. “Se nos prepararmos agora, o tempo necessário para a fabricação de vacinas em larga escala será reduzido e vidas serão salvas”, disse.
Na sexta-feira passada (31/1), a OMS realizou uma consulta global sobre a pesquisa de vacinas e a necessidade futura de vacinas que sejam eficazes em um amplo espectro de coronavírus. “Continuamos a nos envolver com cientistas dos setores público e privado para trocar as informações mais recentes e orientar o desenvolvimento futuro de novas vacinas”, comentou o cientista.
Metrópoles