O cirurgião Simon Bramhall, que confessou ter gravado suas iniciais nos fígados de dois pacientes durante um transplante, perdeu seu registro médico no Reino Unido nesta terça-feira, dia 11. Para fazer a marcação, Bramhall usou uma máquina de feixe argônio, usada para parar o sangramento e destacar uma área. O episódio ocorreu em 2013 no Hospital Queen Elizabeth de Birmingham, de onde Bramhall renunciou ao cargo um ano depois em meio a uma investigação disciplinar sobre sua conduta.
A descoberta das assinaturas, medindo quatro centímetros, foi feita por um médico que atendeu o paciente transplantado quando este precisou passar por outra operação.
Segundo o jornal “The Guardian“, Brahmhall disse que sua atitude foi para aliviar as tensões da sala de cirurgia após operações de transplante difíceis e longas. Em dezembro de 2020, ele foi suspenso por pelo menos cinco meses numa decisão inicial, mas o Tribunal de Profissionais Médicos considerou seu ato como arrogante, de forma que prejudicou a confiança dos pacientes com os médicos. Embora nenhum dano físico duradouro tenha sido causado aos pacientes pelas iniciais S.B., elas lhes causaram um “dano emocional significativo”. Por isso, o tribunal concluiu que uma ordem de suspensão seria “insuficiente para proteger o interesse público mais amplo”, avaliando que a exclusão do registro médico seria uma “sanção apropriada e proporcional”.
“O ataque físico de dois pacientes vulneráveis enquanto inconscientes em um ambiente clínico, um dos quais sofreu danos emocionais significativos e duradouros, mina seriamente a confiança dos pacientes e do público na profissão médica e inevitavelmente traz a profissão como um todo em descrédito”, afirma a determinação.
Outra situação negativa envolvendo Bramhalll refere-se a duas acusações de agressão por espancamento, já admitidas por ele em dezembro de 2017. Em razão disso, ele foi multado em 10 mil libras no ano seguinte.
Jornal Extra