Três parecia ser um número maldito para a franquia Homem-Aranha. A primeira trilogia terminou melancolicamente em Homem-Aranha 3 (2004). A segunda, sequer chegou à sua terceira aventura. Tudo por conta da “maldição dos três vilões”. Mas o feitiço foi quebrado em Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa (2021). No terceiro filme da série estrelada por Tom Holland como o Cabeça de Teia, que estreia nos cinemas nesta quinta-feira (16 de novembro), três nunca é demais.
Muito longe disso. Pois em Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa tudo é multiplicado à enésima potência. Uma ambição de proporções multidimensionais que tinha tudo para dar errado, mas que, assim como já havia acontecido na surpreendente animação Homem-Aranha no Aranhaverso (2018), deu certo. Muito certo.
O segredo do sucesso foi reverter algo considerado negativo em um aliado poderoso: o famigerado fan service. Não há um fã das aventuras do Miranha no cinema que não será conquistado pelo retorno de personagens e até frases marcantes de todos os filmes da franquia. A mágica aqui é evitar dar essas milhares de piscadelas ao passado sem um propósito. É um quebra-cabeças grande e complicado, mas que consegue ser resolvido – com um obstáculo aqui ou ali, é verdade – após suas quase duas horas e meia de pura diversão.
O motivo da aplicação do multiverso na história é até meio besta, mas, e daí? Em um filme que desafia a maldição sofrida por outros títulos de sua própria franquia sem medo de ser feliz, os fins justificam os meios. E que fins! No plural mesmo.
A trama
Na trama, que começa exatamente onde Homem-Aranha: Longe de Casa (2019) terminou, Peter Parker/Homem-Aranha (Tom Holland) precisa lidar com o fato de que sua identidade secreta foi revelada. Acuado e temendo pelo futuro de sua namorada MJ (Zendaya) e seu amigo Ned (Jacob Batalon), ele pede ao Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) que realize um feitiço que faça todos esquecerem que o Homem-Aranha é Peter Parker.
Mas a situação foge do controle e acaba abrindo um tipo de portal dimensional que traz inimigos do super-herói de outras realidades, como o Doutor Octopus (Alfred Molina), Duende Verde (Willem Dafoe), Electro (Jamie Foxx), Homem-Areia (Thomas Haden Church) e Lagarto (Rhys Ifans).
Ou seja, Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa dá uma banana para a tal “maldição dos três vilões” colocando na tela nada mais que cinco deles! E olha que essa é apenas uma fração de personagens marcantes que farão o deleite dos fãs. Aliás, é claro que pessoas mais versadas no cânone da franquia vão se emocionar com cada pequena referência aos filmes anteriores, mas é bom deixar claro que até os leigos nesse “universo miranha” vão se divertir bastante. E olha que há muito mais a ser explorado. Acredite.
Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa dá uns 10 passos maiores que a perna e mesmo assim consegue alcançar seus objetivos: sedimentar o conceito do multiverso no MCU (Universo Cinematográfico Marvel), agradar fãs antigos e novos da franquia, e ainda dar um novo caminho ao personagem dentro de sua trilogia atual. Ou deveríamos chamar de tetralogia? Esperamos mais cenas do próximo capítulo.
Metrópoles