Ele
chegou a ser preso e foi denunciado pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) e
indiciado pela Polícia Civil por pedofilia e outros
crimes.
A
sessão do Legislativo durou mais de quatro horas. Ao final, 9 vereadores
votaram pelo impeachment. Apenas dois foram contrários.
A
maioria dos vereadores acompanhou a posição da comissão processante, que analisou
o caso durante pouco mais de dois meses de trabalho. Os poucos vereadores que
fizeram a defesa do prefeito em plenário acusaram cerceamento de defesa.
Votaram
a favor da cassação: Adriano Pimenta (PTB); Ailton Lopes (PSC); Evaldo Elefante
(PTC); Professor Fernando Rogério de Castro (DEM); Ildo Alexandre, o Vilarinho
(PSC); Lucas Vasconcelos (PSL); Ludgero Neto (PSL); Raufi Jones (DEM); e
Wellington Carvoeiro (MDB). Votaram contra: Fábio Moura, o Kebinha (PTB), e
Laerte Nogueira (PP).
O
vice-prefeito Fábio Capanema (PP), que respondia interinamente pela prefeitura,
agora será efetivado no cargo.
O Goiás em Destaque não
conseguiu contato com a atual defesa do prefeito cassado. Os advogados que
representavam o Assis Peixoto anteriormente deixaram a função na última
sexta-feira (22/10).
Abusos
O
prefeito Assis Peixoto foi preso em 28 de julho, por suspeita de envolvimento
em crime contra a dignidade sexual de menores. A prisão atendeu a um pedido do
Ministério Público de Goiás (MP-GO). Ao todo, quase dez vítimas procuraram as
autoridades para denunciar abusos.
Após
seis anos de abuso e cinco em tratamento psiquiátrico, o jornalista e servidor
público Luís Manuel Lima de Araújo decidiu quebrar a barreira do silêncio e da
vergonha para denunciar os crimes sexuais dos quais foi vítima na infância e
adolescência em uma cidade do interior de Goiás. Foi ele, inclusive, que protocolou
o pedido de impeachment contra
o gestor.
Ele
é uma das oito pessoas que procuraram o MPGO para denunciar o prefeito. A
vítima contou que tomou a decisão depois que um vídeo mostrando
o prefeito se masturbando em uma videochamada com um menor de idade começou a
circular na internet. Ele explica que não fez a denúncia antes pois tinha
vergonha e não havia provas dos abusos.
Chuva de denúncias
A
primeira denúncia formalizada contra o prefeito foi feita em 19/7, depois que o
Conselho Municipal de Segurança Pública de São Simão recebeu imagens e vídeos
de uma mãe, que teve o filho de 15 anos assediado pelo prefeito e passou a
monitorar as conversas.
Desde
então, mais sete pessoas fizeram denúncias oficiais contra o prefeito, segundo
o MPGO. As vítimas tinham entre 8 e 15 anos na época dos abusos e são todas do
sexo masculino.
“Quer ver?”
A
mãe do adolescente, que não foi identificada, conta que o prefeito se aproximou
de seu filho por mensagem no WhatsApp. O mandatário teria se identificado como
Assis. Quando a vítima perguntou se era o prefeito, o assediador teria
confirmado.
Uma
cópia de uma das conversas pelo aplicativo mostra que o suspeito diz: “Quer
ver?”. O adolescente então responde: “Vou ligar e você mostra”. Em seguida, o
assediador diz: “E você também”.
O
prefeito então exibiu suas partes íntimas para o adolescente durante uma
videochamada. As imagens foram gravadas e um dos trechos do vídeo mostra o
rosto de Assis Peixoto.
“Infundadas”
À
época, por meio de nota, a assessoria de imprensa da prefeitura de São Simão
afirmou que as acusações contra Assis Peixoto eram “infundadas” e que seriam
esclarecidas ao longa da apuração do caso.
Francisco
de Assis Peixoto, de 58 anos, foi eleito com 4.277 votos, o que representa
40,65%. Ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele declarou como ocupação
técnico em contabilidade, estatística, economia doméstica e administração. Ele
tem ensino médio completo. O patrimônio declarado é de R$ 1,4 milhão. Ele já
teve outras passagens pela prefeitura da cidade.
(Goiás em Destaque) www.jornalaguaslindas.com.br
|