Pelo menos quatro ministros do governo Lula (PT) estão em Lisboa, Portugal, nesta quarta-feira (2), para participar da 13ª edição do Fórum de Lisboa, evento promovido pelo ministro do STF Gilmar Mendes. A comitiva brasileira inclui:
Jader Barbalho Filho (Cidades) Ricardo Lewandowski (Justiça) Márcio França (Empreendedorismo)Jorge Messias (Advocacia-Geral da União)
Além deles, também viajaram servidores do Ministério da Saúde e da Secretaria de Comunicação Social (Secom). 💸 CUSTOS BANCADOS PELO GOVERNO
A organização do Fórum não cobre passagens nem hospedagens. Com isso, parte das despesas está sendo paga com recursos públicos, o que gerou desconforto entre os Poderes. A Secom e o Ministério da Saúde confirmaram que os gastos seguem as regras do funcionalismo federal, enquanto a AGU afirmou que o ministro Jorge Messias terá despesas pagas pelos organizadores, mas quatro de seus seis acompanhantes arcarão com seus próprios custos, e dois terão as despesas pagas pela União.
🎭 ‘GILMARPALOOZA’ E RELAÇÕES ENTRE PODERES
A participação de autoridades brasileiras no evento internacional gerou críticas e reforçou a alcunha irônica de “Gilmarpalooza” ao Fórum, que ano após ano atrai figuras públicas investigadas ou com processos no STF.
A polêmica cresce num momento em que o governo Lula mantém forte interlocução com o STF, buscando barrar medidas do Congresso — cada vez mais alinhado à direita. Nesta semana, por exemplo, o Planalto recorreu à Corte para tentar reverter uma derrota no Legislativo, que derrubou um decreto presidencial que aumentava o IOF com o objetivo de melhorar a arrecadação e cumprir metas fiscais.
O envio de ministros e servidores a eventos internacionais pode ser justificável sob a ótica institucional, mas o momento político e econômico do país exige transparência absoluta e justificativas sólidas para o uso de recursos públicos. A falta de clareza sobre os custos e a real utilidade institucional de tais viagens contribui para o desgaste da imagem do governo e alimenta narrativas de distanciamento das prioridades da população.ValdivinodeoliveiraDRT001423/GO