A relação entre Brasil e Estados Unidos entrou em rota de colisão desde que Donald Trump reassumiu a Presidência americana, em janeiro de 2025. Agora, diante da escalada de tensões, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia retirar a embaixadora brasileira em Washington, Maria Luiza Ribeiro Viotti — medida considerada extrema no meio diplomático.
Trump tem atacado duramente o governo Lula, acusando-o de manter alianças com regimes comunistas e de perseguir adversários políticos. Em resposta, seu governo ameaça impor tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, o que pode afetar diretamente a economia do país.
A crise é alimentada por diversos fatores: a aproximação de Lula com regimes autoritários como China, Rússia, Cuba e Venezuela; as declarações críticas feitas contra Donald Trump desde 2022; e a atuação do ministro Alexandre de Moraes contra Jair Bolsonaro, aliados e empresários com vínculos nos Estados Unidos.
Além disso, Lula tem defendido abertamente a criação de uma moeda comum entre os BRICS e a desdolarização do comércio internacional — posições malvistas por Washington. Para analistas internacionais e setores do Congresso americano, a condução da política externa brasileira é considerada ideológica, provocadora e isolacionista.
“É uma crise provocada diretamente pela postura do governo brasileiro. A conta está chegando, e o Brasil corre o risco de ser isolado pelas maiores potências do Ocidente”, avaliou um especialista ouvido sob reserva. No meio diplomático, a avaliação é clara: a crise tem nome e sobrenome — e a responsabilidade recai sobre Lula.
A crise com os Estados Unidos expõe os riscos de uma política externa baseada mais em ideologia do que em pragmatismo. Ao se afastar dos tradicionais aliados ocidentais e se alinhar com regimes autoritários, Lula acabou tensionando relações estratégicas — agora agravadas com Trump de volta à Casa Branca. O Brasil precisa defender sua soberania, sim, mas sem perder de vista os impactos econômicos e diplomáticos de seus posicionamentos. Neste caso, a conta política chegou — e com juros. ValdivinodeoliveiraDRT001423/GOFOTODIVULGAÇAO